A longevidade das empresas familiares depende de relações familiares equilibradas, mas infelizmente a morte prematura de tais sociedade é uma realidade. O Conselho de Família é um fórum para dar apoio na estruturação e na execução dos processos de desenvolvimento e planejamento da empresa e da família empresária, buscando a perpetuação do legado.
Segundo PWC, citando dados do IBGE 09 em cada 10 empresas brasileiras têm perfil familiar, que representam 65% do PIB brasileiro e empregam 75% dos trabalhadores brasileiros. Apesar da importância das empresas familiares no desenvolvimento do Brasil, vê-se que a mortalidade dos negócios familiares é enorme e somente 30% das empresas familiares sobrevivem à morte do seu fundador.
Entender a empresa familiar requer, antes de tudo, entender a família empresária. A utilização de ferramentas de governança é o caminho para compreender esta relação e disseminar conhecimento entre os envolvidos no negócio familiar, onde o conselho de família na holding tem fundamental importância como facilitador deste processo de profissionalização da família.
O Conselho de Família é o órgão responsável pela manutenção da comunicação e harmonia na família, e através dele busca-se a harmonia familiar e a consequente preparação dos sucessores para a longevidade da empresa, conforme definição do IBGC.
À medida que vai se conhecendo sobre estruturas de governança, é natural a família discutir sobre o protocolo familiar e consequente estruturação do seu conselho de família. Não necessariamente a empresa familiar requer a implantação imediata de um conselho, isso vai depender do grau de amadurecimento da família e dos próprios desafios existentes.
Muita das vezes a estruturação de holding já um avanço nesta profissionalização, deixando o protocolo familiar e conselho de família para uma etapa seguinte.
Pois, bem: ainda que o conselho de família não seja feito conjuntamente com profissionalização do patrimônio através da holding, certo é que o conselho de família deverá ser pensado como uma possibilidade real de ser implantado, em razão dos benefícios que ele irá proporcionar.
Esteja certo: mais cedo ou mais tarde você irá perceber que precisa não apenas profissionalizar o patrimônio, mas a própria família, quando então fará o protocolo e conselho de família na holding.
Conselho de Família na holding serve para atender aos seguintes propósitos:
No contexto de definição de valores e missão da família, algumas perguntas devem ser formuladas para facilitar entendimento da família empresária:
O Conselho de Família tem um importante papel na preparação das novas gerações e esta contribuição terá efeitos positivos no planejamento das sucessões nos 3 círculos (família, propriedade e gestão) da família empresária. Deste trabalho de preparação sairão futuros sócios e administradores preparados e legitimados pela família empresária.
O conselho de família na holding está inserido Na estrutura de governança da empresa familiar, sendo tratado como um capítulo protocolo. Resumindo: faz-se o protocolo familiar e dentro dele, destina-se um capítulo para o conselho de família.
Não se trata de estrutura complexa. Ao contrário, normalmente o próprio protocolo já é documento claro e direto. A sua estruturação caminhará com o próprio amadurecimento da família nas questões relacionadas à governança familiar e empresarial.
As práticas de governança, quer dentro da família ou da empresa, contribuem para a estruturação profissional de todos os envolvidos, demonstrando que é perfeitamente viável disseminar o conhecimento em prol da família empresária.
Em geral, empresas familiares de vida curta são aquelas sem nenhuma estrutura de governança. Quando se têm regras claras e a uma clara intenção da família em perpetuar o legado do fundador, os sucessores entendem que precisam envolver-se no assunto de forma assertiva, e assim, evitarão conflito e amadurecem como família empresária.
A mortalidade nas empresas familiares é o reflexo de uma sucessão amadora, onde a família empresária não foi preparada para este momento. A morte da empresa familiar é precedida de uma estrutura familiar não profissionalizada.
A disseminação das práticas de governança é o caminho normal para que o assunto sucessão seja discutido na família. Se a morte é um caminho inevitável que todos nós um dia iremos trilhar, é preferível discutir sobre o assunto sucessão e diminuir esse tabu que é muito comum nos países ocidentais, principalmente latino-americanos.
Muitas das vezes passa-se toda uma vida sem discutir o assunto sucesso e quando ocorre o evento, a família precisa ser reunir e decidir tudo 60 dias antes de ingressar com o inventário, quando ainda estão enlutados. Não faz sentido postegar essa discussão. Desta forma, se a morte é inevitável, converse desde já na família para que a empresa não seja enterrada com o fundador.
O amadorismo das famílias empresárias e falta de conhecimento mínimo sobre governança é a causa de muito empobrecimento familiar após a morte do fundador. Ou seja, não faz mais sentido você permitir que a briga por herança venha fazer morada na sua estrutura familiar e muito menos, pagar imposto de herança e despesas de inventário que pode consumir até e 15% do patrimônio familiar.
Conselho de família na holding é investimento. Nunca foi gasto. Esteja certo, pois, postergação do assunto só servirá para afastar os membros da família, empurrando os problemas para debaixo do tapete.
Um Conselho de Família bem estruturado pode trabalhar e alcançar metas e resultados de longo prazo consistentes com o objetivo da família empresária. Além de profissionalizar a família, evitará brigas e trará muita economia tributária.
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